sábado, 21 de junho de 2008

Por onde deveríamos começar...




Essa semana foi, digamos... "genética"(???)! Me envolvi em certas discussões sobre diferentes temas, mas, dando uma geral nos assuntos discutidos, pude perceber um ponto em comum sobre eles: origem... início... ou, explicando melhor, por onde deveríamos começar para entender as coisas.

Tenho essa mania, talvez reforçada pela minha formação acadêmica, de querer começar a construir meu entendimento, pensamento, minha analise, começando pela base, pela estrutura..., do que quer que seja.

... e daí?

Bom... não é difícil constatar a dificuldade que as pessoas (homossexuais inclusive ou principalmente) tem para entender a diversidade sexual. Por que será que isso acontece?

Seguindo minha própria receita, ou seja, começando pela base, concluo que é por que não sabemos necas de pitibiribas sobre o que compõe nossa sexualidade. Confundimos absolutamente tudo! Gênero, Identidade, Orientação... (eita! tem tudo isso?!?)

Éééé.... tudo isso e mais um pouco.

Então é assim, ó:

GUIA RÁPIDO PARA O ENTENDIMENTO DA DIVERSIDADE

Componentes:

GÊNERO - sexo biológico
IDENTIDADE DE GÊNERO - papeis sexuais
IDENTIDADE SEXUAL - quem acredito ser
ORIENTAÇÃO SEXUAL - desejo

Obs: esses quatro componentes são distintos e INDEPENDENTES!

Só quando conhecemos todos esse componentes da sexualidade é que conseguimos entender quantas são as combinações possíveis.

E pra você conhecer você deve começar por aqui: http://www.uvanavulva.com.br/images/Claudio-Picazio.pps

Sim, sim, é um pps. Mas você já recebe (E ABRE) tantos pps todos os dias, não é mesmo? Aqueles com bichinhos, com musiquinha, florzinha, coraçãozinho... estrelinha... o que é que custa você abrir um que REALMENTE valha a pena?!? Um que REALMENTE vai te ensinar uma coisa importante?

Em tempo: esse pps não tem musiquinha, nem florzinha, nem... etc.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A hora é agora - Faça a sua parte


Está sendo divulgado que mais de 80% das 36 mil ligações que o Senado recebeu sobre a PL 122/2006, entre dezembro de 2007 e maio de 2008, são para expressar opiniões contrárias ao Projeto. Essa informação foi fornecida pela Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública do Senado e foi divulgada pelo presidente da ABGLBT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais) Tony Reis, nesta terça-feira (10/06).

Tony Reis informou também que, segundo a diretora da Secretaria de Pesquisas, Elga Lopes, a maioria destas ligações partem de pessoas envolvidas com alguma religião e que são orientadas a ligar.

Assim sendo, o presidente da ABGLBT sugere que o movimento militante proceda da mesma forma e ligue para o Disque PLC 122/2006 (Alô Senado) para expressar sua opinião a favor da aprovação.

A LIGAÇÃO É GRATUITA!

Acrescento que esta não é uma responsabilidade apenas dos militantes. Cada um de nós, que temos o DIREITO de viver em um Estado Laico DE FATO, podemos e devemos nos manifestar pela aprovação da PL 122/2006.

Alô Senado (Disque PLC 122/2006)

0800 612211
Das 8h às 20h, nos dias úteis.


Outra opção SUUUUUUUPER fácil e rápida para quem não puder ligar é enviar uma mensagem através do formulário que existe no site do Senado.

É só seguir as instruções:

. Link para o fomulário na página do Senado aqui.

. Tipo de Mensagem: SOLICITAÇÃO

. Preencha seu dados.

. Na parte do formulário referente à Mensagem, selecione “Comissão e liderança” e abaixo “Todos os Senadores” e todos eles receberão a sua mensagem.

. Sugestão de mensagem:

Senhor Senador e ou Senhora Senadora: Peço que vote contra o preconceito. Vote contra a violência. Vote sim ao relatório da Senadora Fátima Cleide. Aprovar o PLC 122/2006 nesta comissão é simbolizar que o Senado é contra a violência cometida contra todos os brasileiros e brasileiras GLBTs.

SOLICITO A APROVAÇÃO DA PL 122/2006!

POR UM ESTADO LAICO DE FATO!

. Você receberá um número de protocolo referente ao envio de sua mensagem.

A HORA É AGORA!
FAÇA A SUA PARTE!

LUTE POR SEU DIREITO - LIGUE, ESCREVA, DIVULGUE!

sábado, 7 de junho de 2008

Lésbicas e Feministas - diferentes, apesar de algo em comum


Tenho observado nesse ano uma tendência nas caminhadas pela visibilidade lésbica de junção das causas lésbicas com as causas feministas, como o direito ao aborto por exemplo. Embora uma causa seja inerente à outra (somos mulheres, independente de orientação sexual), não vejo a vantagem de se juntar as duas coisas, já que isso só agrega mais polêmica e mais estigmas a nós, estigmatizando ainda mais o que já é tão estigmatizado. Afinal, já existe um "dia da mulher" onde as causas feministas podem e devem ser mais adequadamente defendidas. Ainda estamos lutando pela nossa visibilidade.

Somos mulheres e temos, como mulheres, uma série de direitos que precisamos fazer valer. Como lésbicas ainda temos um longo caminho a ser percorrido. E esse é o verdadeiro motivo pelo qual devemos nos unir, lutar, reivindicar. Seja numa caminhada, seja no nosso dia-a dia.

Reproduzo abaixo trechos de um texto de Mirian Martinho*, que encontrei no site Um Outro Olhar, que corroboram com o que eu penso:

(...)
"Voltando um pouco no tempo, lembremos que no início do MF, em nosso país e no mundo todo aliás, a sociedade machista acusava as feministas de reivindicarem igualdade para as mulheres porque elas não gostavam de homens, porque eram sapatões. As feministas se acovardaram diante dessas acusações e sacrificaram a questão lésbica para se manterem distantes desse estigma. O grau de invisibilidade a que as lésbicas ficaram sujeitas dentro do MF foi maior ou menor de acordo com a capacidade destas de aceitarem ou não essa situação. Nos EUA, onde as lésbicas já tinham alguma articulação até antes da emergência do feminismo, essa política não vigorou. No Brasil e em outros países da América Latina, essa política foi hegemônica até o início deste século." (...)

(...)
O Movimento Feminista não é o Movimento Lésbico. Embora o Movimento Lésbico, em todas as partes do mundo, principalmente na América Latina, tenha muitas vezes intersectado ou tangenciado o Movimento Feminista, sua história e suas protagonistas não são as mesmas, o que fica evidente principalmente quando lembramos da política de despolitização da questão lésbica que o MF manteve durante décadas. Outrossim, o Movimento Lésbico é composto, internacionalmente, além de lésbicas que se identificam como feministas, de lésbicas radicais, separatistas, políticas, de buches e femmes, lésbicas BDSMistas, lésbicas queer e de uma maioria de lésbicas que não está afinada com nenhuma tribo política, mas que, a seu modo, sempre foi mais visivelmente lésbica do que as feministas homossexuais jamais conseguiram ser nem no movimento que sempre carregaram nas costas.(...)


Link para o texto original, clique aqui.

(*) Miriam Martinho, é fundadora do Movimento Lésbico no Brasil, tendo organizado as primeiras entidades lésbicas brasileiras, a saber, Grupo Lésbico-Feminista (1979-1981), Grupo Ação Lésbica-Feminista (1981-1989) e Rede de Informação Um Outro Olhar (1989....). Editou também as primeiras publicações lésbicas do país, como o fanzine ChanacomChana (década de 80) e o boletim e posterior revista Um Outro Olhar (década de 90 até 2002). Atualmente edita o site Um Outro Olhar On-Line (www.umoutroolhar.com.br), lançado em junho de 2004.

Fundou igualmente o movimento de saúde lésbica no Brasil, em 1994, realizando a primeira campanha de prevenção às DST-AIDS para mulheres que se relacionam com mulheres, em 1995, e editando as primeiras publicações sobre o tema desde essa época (em 2006 publicou a 4 edição da cartilha Prazer sem Medo sobre saúde integral para lésbicas e bissexuais). Participou da organização do I EBHO (1980), organizou dois encontros LGBT nacionais (VII EBLHO/93 e IX EBGLT/97) e foi sócia-fundadora da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT-1995). Participou igualmente de vários encontros internacionais com destaque para a IX Conferência Internacional do Serviço de Informação Lésbica Internacional-ILIS (Genebra, Suiça, 28 a 31/03/1986), o I Encontro de Lésbicas-Feministas Latino-Americanas e do Caribe (Taxco, México, 1987) e a Reunião de Reflexão Lésbica-Homossexual (Santiago, Chile/ nov. 1992).