sábado, 9 de agosto de 2008

Clientes X Proprietários






Quando entrei no Orkut ainda era necessário que alguém, que já estivesse lá evidentemente, enviasse um convite etc e tal. Nessa época o Orkut tinha menos de 1 milhão de usuários... Bom, o que veio depois e como está atualmente, todo mundo sabe.

Enfim, hoje tenho uma certa (pra não dizer grande) preguiça em estabelecer contatos através do Orkut. Virou um grande entra-e-sai, perfis fakes, perfis múltiplos, sei lá.... desanimei... preguiça mesmo...

O que tenho feito no Orkut ultimamente é observar algumas comunidades que tratam de assuntos LGBTs. Raramente me animo a dizer alguma coisa porque, na maioria das vezes, as pessoas querem mesmo é falar sozinhas ou bater boca. São raras as oportunidades de troca de opinião ou conhecimento. Mas, pelo menos é uma amostra do mundo que nos cerca, da capacidade de intelecção, do nível de informação, etc etc etc.

Nessas espiadas pelos fóruns das comunidades, dois pontos têm me chamado a atenção. O primeiro diz respeito à falta de um conhecimento básico sobre sexualidade (gênero, identidade de gênero, identidade sexual, orientação sexual). O outro diz respeito à organização do movimento mesmo. Ou seja, a tal militância. É sobre esse segundo que quero falar.

Além de um grande desconhecimento histórico das origens do movimento, temos ainda de enfrentar uma confusão que determina TUDO o que está relacionado com isso, que é a confusão que se faz entre atuação política e atuação partidária.

Lá no começo do movimento, nas origens, foi escolhida a via partidária como caminho para as conquistas políticas que viabilizariam a nossa existência como cidadãos habilitados a "desfrutar" dos direitos humanos e das leis. Começou então uma simbiose entre as entidades LGBTs e os partidos políticos que entenderam que essa era a forma mais eficiente de atuar. A isso juntou-se o interesse de determinados partidos em ter o segmento LGBT ao seu lado. Nada mais do que o velho conhecido clientelismo.

Uma das conseqüências mais visíveis dessa escolha, a meu ver, foi o distanciamento da militância da população LGBT, ou seja, de nós pobres mortais, em função disso, alienados. Afinal, pra que eles precisam da massa se são amigos dos "homi"? É só ir lá no gabinete, ou na plenária do partido, levar as reivindicações. Isso sem falar que nem todo mundo tem estomago, ou "talento" pra esse jogo partidário, então nem se aproxima.

Ao invés de formarmos uma consciência e uma responsabilidade social, preferimos manter a massa nessa coisa amorfa com a qual nos deparamos hoje, sem capacidade de mobilização ou organização, dependendo de interesses dessa ou daquela ONG que, por sua vez, depende do interesse desse ou daquele partido para ter suas necessidades básicas atendidas.

E assim vamos seguindo, entre clientelismos e paternalismos. Conquistando uma coisinha ou outra, nos dando por satisfeitos. Afinal, onde estaríamos se não fossem esses abnegados que dão a cara a tapa?

O problema é que quando temos que aprovar um projeto de lei, como a PL 122/2006, para deixarmos de ser assassinados, violentados, escarnecidos, constatamos que nossa "mistura" com os partidos políticos não funciona de forma tão eficaz assim, pois, batemos de frente com outros grupos que se utilizam de uma forma infinitamente mais eficiente de uso do esquema político-partidário.

Afinal, se é pra usar partido político como forma de conquistar alguma coisa, pelo menos vamos fazer direito, né gente?

Sigamos o exemplo dos "Proprietários de Jesus" (aleluia!), que usam os partidos e não são usados por eles. A bancada dos "Proprietários" tem gente em tudo quanto é partido, né não? Então..., assim, sim.

Pelo menos é melhor que ficar fazendo proselitismo para a Old Left que, para quem não sabe, já foi adepta do virtuoso lema "quanto pior melhor".

É isso.

12 comentários:

de mulher pra mulher disse...

concordo co vc sobre o orkut..tnto que até deletei minha conta..não tenho mais paciência e nem saco pra isso ...qdo entrei era através de convite tb...mas hoje em dia não sei..perdeu a graça..
suave seja!!!
bjos...no coração
.
.
Sandrinha

Marcia Paula disse...

De fato,querida,um movimento que se preze teria a obrigação de presionar os partidos e não ser cooptado por eles.Pena.

de mulher pra mulher disse...

olá...=] vim te convidar para um
pequeno desafio lá no meu blog será que vc consegue descobri??? rsrs
suave seja sua noite
bjoss..no coração
.
.
Sandrinha

de mulher pra mulher disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
essa foi fácil rsrsrs
prometo que dá proxima vez faço um mais dificil tá rs
suave seja sempre!!
bjOs...no coração
.
.
Sandrinha
obrigada pela participação..adorei vc lá..volte sempre que quiser;realmente madonna é tudo de bommmmmmmmmmmmmmm
bjão

de mulher pra mulher disse...

errata*
rsrsrs
falei da maadonna pra vc kkkkkk
já estou confundindo tudo rsrrs
perdoe não foi vc quem deixou o recado falando sobre a madonna rsrs
perdoe
bjos...no coração
suave seja
.
.
sandrinha

Cames disse...

Não acha que isso seja um problema maior do que só no meio GLBT? Vemos hoje em toda a sociedade uma apatia geral para assuntos que possam ser de qquer forma ligados a política. Principalmete os mais jovens, e as gerações que seguem, não viram nunca uma luta política, não acreditam em nada, e não esperam por nada. Não se acredita, que cada um tem o poder de fazer alguma coisa para tentar mudar.

Falei um monte né! ;)

de mulher pra mulher disse...

passando pra te desejar um
suave seja seu dia!!!
bjOs...no coração
.
.
Sandrinha
sempre bom reler...

de mulher pra mulher disse...

Oi Boa Noite!!
tem um presente pra vc lá no meu blog :)
espeero que goste!!
suave seja sua noite!!
bjOsss...no coração
.
.
Sandrinha

é assunto sério ok bjkss:)

de mulher pra mulher disse...

oi vim te trazer uma novidade
meu novo blog..mas esse é diferente pois vou contar..minhas ausências,meus medos,minhas neuras e minhas dores..espero que goste
o link

http://brancoausencia.blogspot.com

suave seja!
bjos na alma
.
.
sandrinha

»»Luh«« disse...

Oieee...
Parabéns pelo blog!!! Dá uma passadinha no meu depois que tem presentinho pro teu lá..

Beijocass...

Anônimo disse...

Gostei bastante de como vc dissecou o assunto.
Há uma "representação" dessa parcela da sociedade, mas se cada ser integrante desse grupo fizesse um pouco, "talvez" a "representação" não tivesse tanto peso e "talvez" as coisas fossem realmente diferentes.
É fato que algo mudou, mas se conformar com pouco é praticamente pedir esmola.

Posso reproduzir seu texto no NPDD?

beijos, Té

Anônimo disse...

Que bom, fiquei feliz em saber =)
Mandei um e-mail p vc, ok?

:*